Macarronis/ Mentawai/ Indonésia

terça-feira, 27 de abril de 2010

O futuro do repórter e do editor



O jornalismo contemporâneo passa por grandes transformações. Há quem preconize, com o lançamento e rápido crescimento dos e-readers, estarmos de fato agora no momento de transição do papel para os e-books. Será o fim do jornal impresso? E sobre o repórter e o editor? Quais serão as mudanças?A primeira mudança é como pensar a comunicação de forma profissional como um negócio e a partir dos novos hábitos de leitura que estão por surgir.

Desde o lançamento do Ipod em 2002 muitas evoluções tecnológicas já despontavam velozmente nos anos seguintes, e a principal delas curiosamente não estava ligada às tecnologias, mas sim aos hábitos do comportamento social humano diante delas.


A chamada Geração Y, nascida na era da internet revelou novas formas de lidar com estas inovações sem extinguir os ícones do passado. A convergência tornou-se eminente. Usuários comuns capazes não somente de ouvir músicas, passaram também a reproduzi-las de diversas formas, compô-las, editá-las e até publicá-las. Quando imaginava-se o fim do rádio, ele ressurge em novos formatos de audiência através da internet, a qualquer hora e de qualquer lugar. Sobre os vídeos não foi diferente. Através das redes sociais tudo tornou-se publicável.

E os jornais impressos? Lembra deles? Estes foram Transferidos no embalo da onda para os portais multimídia, perdidos ali transmutando suas fronteiras na dispersão da disputa com outras mídias. Imaginava-se até então não haver nada de novo além desta alternativa para os impressos.. Tudo muito rápido, evoluindo no dia a dia, mas ao mesmo tempo a seu tempo. Em poucas décadas fomos do disquete ao pen drive, da conexão discada a banda larga 3G. E as novas mídias transformaram cada internauta em repórteres e editores de suas próprias relevâncias. E os editores e repórteres de jornais impressos? Quais seus papeis agora?

“É o fim do mundo”, anuncia a velha guarda pessimista. Uma nova era de prosperidade e oportunidades, contradizem os otimistas. Eu prefiro a previsão da esperança, e ela tem fundamento. O mercado editorial prospera a passos largos.
Assim como o Ipod trouxe a possibilidade de interação do hábito de ouvir música com a rede mundial de computadorese o crecimento do e-comerce na indústria fonográfica, os e-readers surgem reinventando o mercado editorial com novos hábitos de leitura.

Com 292 gramas, capacidade para armazenar 1,5 mil livros, conexão a internet de qualquer lugar através da tecnologia 3G, um acervo de mais de 420 mil livros nos EUA e 360 mil no Brasil o Kindle, da Amazon, tornou ainda mais agradável a prática da leitura. Segundo James McQuivey, analista da consultoria Forrester Research, em reportagem para a revista Ep[oca Negócios deste mês de abril, 3% da população americana lê livros em computadores portáteis. Em compensação, 1% utiliza e-readers, mas há entre esse grupo uma diferença de hábito muito determinante. Quem usa notebook lê pouco e não paga nada pelo conteúdo, enquanto quem usa e-readers lê em média dois livros digitais por mês e paga por este conteúdo.



Neste cenário próspero de um negócio aparentemente em decadência, nasce o Kindle, que já vendeu mais de 3 milhões de unidades sendo que 500 mil fora dos Estados Unidos. As expectativas com o Ipad, tablet da Apple, são ainda maiores. Somente em 2010, cinco milhões destes aparelhos devem ser comercializados.

Algum editor ou repórter acredita que não faltará trabalho para saciar esta nova sede de leitura? Um brinde a eles.

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